domingo, 6 de setembro de 2009

Pesquisa do Instituto Butantan usa saliva de carrapato-estrela contra câncer



Emilio Sant’Anna Do G1, em São Paulo

Da saliva do carrapato-estrela (Amblyomma cajennense), a ciência conhece apenas os efeitos nocivos. A febre maculosa, doença muitas vezes fatal, é transmitida pela picada do aracnídeo. Da mesma substância, porém, podem sair novos medicamentos contra o câncer, além de anticoagulantes. Há seis anos, pesquisadores do Instituto Butantan, em São Paulo, trabalham no desenvolvimento de uma droga que possa ser utilizada com as duas finalidades. O prognóstico é animador.
A pesquisa – ainda não publicada – foi um dos destaques no 22º Congresso Internacional da Sociedade de Trombose e Hemostasia, realizado em Boston (EUA), em julho. “Imaginávamos que a saliva do carrapato tivesse algum componente que inibe a coagulação, pois, como hematófago, precisa manter o sangue fluindo para se alimentar”, explica a farmacêutica Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, coordenadora do estudo.
Partindo dessa suspeita, a pesquisadora analisou a sequência de genes da glândula salivar do carrapato, responsável pela produção de uma proteína anticoagulante. Os resultados foram comparados à ação de anticoagulantes conhecidos como TFPI (presentes na saliva humana). A conclusão foi que a proteína presente na saliva poderia ser produzida em laboratório. Um pedaço do DNA analisado foi introduzido em bactérias Escherichia coli que passaram a secretar a mesma proteína. “Elegemos esse clone e produzimos a proteína recombinante”, explica Ana Marisa.

Fatal para tumores, inofensivo para células normais

Testando a proteína em células de vaso sanguíneo para medir seu nível de toxicidade, descobriu-se que a substância é segura para células saudáveis, mas fatal para células tumorais. O experimento foi então extendido a camundongos que tiveram melanomas (câncer de pele) induzidos, e o resultado surpreendeu os pesquisadores.
Tratados durante 42 dias com a proteína, os tumores dos camundongos apresentaram reversão completa. “Testamos em culturas de células tumorais e a surpresa foi positiva, pois a proteína tem atividade altamente citotóxica para elas e não para células normais”, explica.

Leia a reportagem na íntegra: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1265464-5603,00-PESQUISA+DO+INSTITUTO+BUTANTAN+USA+SALIVA+DE+CARRAPATOESTRELA+CONTRA+CANCER.html

Estudo revela como ameba 'dribla' sistema imunológico

Da BBC

Para pesquisadores, revelação pode levar a avanços contra a disenteria e a malária.

Cientistas dos Estados Unidos acreditam ter descoberto o mecanismo que permite que as amebas que causam disenteria driblem o sistema imunológico dos seres humanos.

Em um artigo na publicação científica Genes and Development, os pesquisadores, das universidades Johns Hopkins e Stanford, disseram que a Entamoeba histolytica possui uma enzima capaz de eliminar de sua superfície proteínas que, quando presentes, alertam o corpo humano para a presença de organismos potencialmente perigosos.

"Esta é a primeira enzima a ser identificada que pode estar envolvida na evasão do sistema imunológico", disse Sin Urban, da Johns Hopkins University.

Segundo os pesquisadores, a descoberta pode abrir caminho para vacinas contra disenteria e também para tratamentos contra a malária - já que a enzima identificada seria bastante semelhante a uma outra, do mesmo grupo, encontrada no protozoário responsável pela malária.

Leia a reportagem na íntegra: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL603179-5603,00-ESTUDO+REVELA+COMO+AMEBA+DRIBLA+SISTEMA+IMUNOLOGICO.html

sábado, 5 de setembro de 2009

Cientistas argentinos descobrem como giardia se "esconde" dos anticorpos


Cientistas argentinos estudaram o parasita intestinalGiardia lamblia e conseguiram determinar seu processo de variação antigênica para evitar ser detectado pelo sistema imunológico humano, diz matéria publicada no último número da revista inglesa Nature.
A análise esteve a cargo de uma equipe liderada por Hugo Luján e seus colegas do Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular da Faculdade de Medicina daUniversidad Católica de Córdoba.
Este parasita consegue se camuflar ao mudar a expressão da proteína em sua superfície, as denominadas proteínas variáveis de superfície (VSP, na sigla em inglês), a fim de evitar ser detectado pelo sistema imunológico, indica a matéria.
Para isto, o Giardia lambia utiliza um mecanismo similar ao RNA (molécula de ácido ribonucléico que suprime a expressão de genes específicos).
Os analistas acrescentaram que fica clara a função dos antígenos variáveis de superfície, primeiro sobre seu papel na evasão da resposta imune do hospedeiro parasitado e, depois, sobre a enorme importância na proteção contra infecções em indivíduos que contam com um arsenal imunológico.
A idéia de bloquear o mecanismo de variação antigênica, segundo eles, pode ser de grande utilidade para a geração de vacinas contra outros importantes parasitas que também manifestam variação antigênica, como sucede na malária (causada por diferentes espécies de plasmódios) ou a doença do sono (gerada pelo Tripanosoma brucei), doenças que produzem grande mortandade em diversas áreas do mundo.

Doença de Chagas. Quinzeane, novas perpectivas no tratamento da infecção crônica

Danielle Castro/Gazeta de Ribeirão

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) conseguiram curar o Mal de Chagas em cobaias. A nova droga, chamada de Quinzeane, manteve todas os camundongos infectados vivos e eliminou de 90% a 100% dos parasitas causadores da doença, inclusive na fase crônica da doença. "O diferencial dessa nova droga é a efetividade do tratamento. O que existe hoje não atua na fase crônica e traz vários efeitos colaterais como alergias e cefaléia", afirmou o professor João Santana da Silva, 55 anos, orientador do estudo.
De acordo com o pesquisador e biólogo Paulo Guedes, 31, um dos responsáveis pelo trabalho, a única droga existente no mercado para tratamento de Chagas, o Benznidazole, tem um nível alto de toxicidade e funciona para aqueles que recebem a medicação até quatro meses depois de serem infectados. A expectativa dos pesquisadores é de que a nova droga, que tem como princípio o óxido nítrico (NO), possa ser associada ao Benznidazole para um tratamento eficaz.
"A droga vai liberando óxido nítrico e diminuindo a quantidade de comunidades de Trypanosoma no organismo e a inflamação do coração na fase crônica. Pensamos em associá-la a que já existe no mercado para atuarmos em várias vias, o que deve facilitar a eliminação do parasita", disse Guedes. O biólogo afirmou que o Quinzeane é uma esperança de cura concreta, mas que o uso em humanos pode esperar pelo menos dez anos.

Leia mais em: http://www.parasitologia.org.br/default.asp?MENU=8&EDITORIA=826